sexta-feira, 27 de agosto de 2010

MEMORIAL DE LEITURA

MEMORIAL DE LEITURA
Comecei a ler muito cedo, aos cinco anos de idade.Quem me ensinou a ler foi uma irmã. Ela lia a bíblia e eu queria muito aprender e isso aconteceu logo, pois eu era esforçada. Quando fui para a escola, comecei a ler e não parei mais. O primeiro livro literário que li foi “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carol.O mundo mágico e maravilhoso que a personagem Alice vivenciou me encantou.A partir daí comecei a ler todo tipo de livro,de todos os estilos literários ,menos poesia.Me transportava para dentro daqueles livros,me colocava no lugar dos personagens, às vezes até apanhava do meu pai,porque vivia pra baixo e pra cima com um livro embaixo do braço,afinal,a leitura era a minha única diversão,morava na roça,nunca tive uma boneca,por isso entrava nas histórias dos livros e só saia de lá quando a história terminava,já me preparando para entrar em outra. Ao mesmo tempo em que queria que a história terminasse logo, para eu saber o final, ficava triste quando ela terminava, porque tinha que voltar a realidade, porém eu ficava pouco tempo na realidade, porque logo,pegava outro livro para ler.Eu era um verdadeiro rato de biblioteca.Aos 12 anos decidi que estudaria para ser escritora.
No ensino fundamental, minha vida escolar foi muito boa, meus professores nos incentivavam a ler, mas nunca cobravam resumos, ou davam provas sobre os livros que líamos. Um único professor, na oitava série, nos pediu que escrevêssemos um livro, o que pra mim foi fácil, pois poderia até contar uma das histórias que li,porém não o fiz.Escrevi sobre a vida de uma adolescente que lia muito,ou seja ,falei sobre minha vida e meu sonho.
No ensino médio, não tive a mesma sorte, pois os professores nos obrigavam a ler vários livros literários e fazer resumos ou até mesmo davam provas sobre eles.
Naquela época ,não gostei de ler Machado de Assis, Memórias Póstumas e Quincas Borba ,quase acabaram com meu gosto pela leitura, não conseguia entender a linguagem dos livros de Machado,no entanto ,superei esse pequeno problema quando fui fazer faculdade.
No primeiro período da faculdade foi muito emocionante, pois a professora nos mandou ler “ Alice no país das Maravilhas” , ” Alice através do espelho” e “ Alice aos 80”.Li os três livros,com muito prazer,porém quando a professora nos pediu um trabalho sobre aqueles livros,quase ficamos carecas para fazê-lo.
O trabalho era em grupo e ela queria que mostrássemos a metafísica dentro dos livros. Teríamos que encontrar “O SER”, “O NÃO SER” e o “ O VEM A SER” e provar com exemplos dos livros.
Tentamos de tudo, lemos alguns livros de filosofia, de Marilena Chauí e outros autores, o mundo de Sofia e outros,mas por falta de experiência , o trabalho não saía.
Certo sábado , o grupo resolveu se reunir lá em casa, para tentarmos fazer o tal trabalho, ficamos até meia-noite e nada do trabalho ficar pronto.Entrei no meu quarto,resolvi vestir meu vestido de quadrilha,para ver o que as meninas achavam,pois ia dançar na escola em que lecionava.O vestido era vermelho com florzinhas brancas,rodado e bem infantil. No momento em que vesti o vestido, tive um estalo, comecei a encenar o trabalho e a encontrar os itens que a professora queria.Apresentamos o trabalho em forma de teatro e fomos destacando cada etapa pedida.ela gostou tanto do trabalho,que nos inscreveu na semana de seminário da faculdade.A experiência foi maravilhosa, a partir daí, sempre nos saímos bem com os trabalhos que apresentávamos.
Essa professora também nos incentivava a produzir poemas, paródias, paráfrases e textos em prosas. Eu não gostava de produzir poemas,pois nunca tinha lido poemas.Aos poucos comecei a produzir poemas também,pois criei o hábito de ler alguns livros de poetas famosos como Vinícius de Morais,Carlos Drumonnd ,Cecília Meireles etc.
Hoje em dia ,sou professora de língua portuguesa e ao trabalhar leitura com meus alunos,procuro não forçá-los a ler o que não gostam.Ao pedir atividades avaliativas sobre a leitura ,peço a eles que retirem do livro algo que os agradou, ou o que aprenderam lendo tal livro.Sempre digo a eles que ao pegarem um livro,se não gostarem das primeiras cinco páginas que troquem logo,para dar tempo de ler outro..Posso dizer que os trabalhos de leitura que tenho feito,tem me dado muitas alegrias e surpresas.
Finalizo este memorial dizendo que a leitura, alivia tédio,substitui brinquedos,faz você viver coisas que jamais viverá na realidade,enfim abre caminhos para um mundo melhor.Quem lê viaja,sem pagar passagem.
Ainda não sou uma escritora, porém não desisti desse sonho.

Brenda Maria Soares

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um ataque dos muriquis

Um ataque dos muriquis

Sou professora, tenho uma vida muito louca ,às vezes pareço até uma bandida,pois vivo correndo.Todo dia saio de casa às 6.30h , vou para uma escola estadual, de lá vou para a municipal e duas vezes por semana ,volto, à noite ,para lecionar na estadual novamente.Se fosse só isso estaria muito bom,mas nos finais de semana planejo,corrijo trabalhos e avaliações e cuido da casa.Quase não tenho diversão,apenas vou à igreja e de vez em quando saio com meu marido e meu filho.Tirando isso,só trabalho.
Na escola estadual onde leciono,há um projeto chamado “ Mata Viva” este tem como objetivo conscientizar aos alunos e professores a importância do meio ambiente.
Próximo à escola há um espaço onde plantamos e cuidamos de árvores nativas .Este lugar chama-se Mata Viva Belém,pois localiza-se na Comunidade São Sebastião do Belém.Neste local há também uma espécie de macacos,chamada muriqui.
Um dia desses ,juntamente com uma aluna,resolvo fazer uma visita ao local.De repente alguém joga um feixe de carilu,uma plantinha cheia de frutinhas pretas por fora e vermelho escuro por dentro, sobre a minha cabeça.Olho para a aluna e digo:
__Por que fez isso?
__Isso o quê, FESSORA? _Indaga ela
__Jogou esse monte de frutinhas sobre mim?_respondo
___Eu? Não fiz isso não!
___Então tem mais alguém aqui
Novamente sobre nossas cabeças caem um monte de fruitinhas pretinhas.Olhamos para um pé de arvores e vimos um monte de muriquis atirando as frutas sobre nós.Caímos na risada.Então eu disse:
__Acho que nos querem longe daqui.Devem estar pensando que queremos caçá-los.Vamos embora.Tenho que trabalhar.
Será, leitor, que os muriquis acharam que estávamos invadindo o habitat deles?
Infelizmente é isso que a maioria das pessoas está fazendo. Se eu fosse um muriqui também lutaria pelo meu espaço. Afinal é isso que fazemos todos os dias.
Brenda Maria Soares

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

MEMÓRIAS DE UMA PROFESSORA

Uma passagem de minha vida
A primeira vez que viajei eu não estava sozinha. Fui acompanhada de minha mãe e meu primo Lucas.Chegamos ao ponto de ônibus às 6 horas da manhã e para mim isso é muito cedo ,por isso eu andava lentamente e então por pouco quase que perdemos o busu.
Uns trinta minutos após o ônibus ter partido ,ouvimos um barulhão,que parecia vir do motor:
____Tlec,trom,tlec,trom. . .
___O que é isso? _perguntaram alguns passageiros
___ O ônibus está com problemas, vamos ter que parar.
___ Oh ,não!Mais essa!! –Exclamou Lucas
O motorista chamado Pedrão estacionou o veículo perto de uma fábrica de panelas e lá ficamos por mais de uma hora e milhões de mosquitos para nos atormentar.
Lá pelas 9 horas da manhã veio outro ônibus amarelo, uma máquina zerada, da mesma empresa e nos levou até,Vitória, nosso destino.
Fiquei uma semana em Jardim Camburi .Fui ao cinema,à praia,ao shopping.Conheci várias pessoas e até fiquei com um menino.O nome dele era Henrique.
Voltei à Vitória várias e revi meu namoradinho várias vezes.Um dia fui de vez prá lá,para fazer uma faculdade e após dois anos,Henrique e eu nos casamos.Sete anos depois,tive meu primeiro filho,Luiz Henrique.
Quando me lembro dessa passagem de minha vida,vejo que o tempo passou e levou com ele minha juventude.Isso não me entristece porque tenho um filho lindo ,um marido maravilhoso e uma grande profissão:professora.

MEMÓRIAS DE UM JOVEM

Um passeio fantástico
A primeira vez que andei de trem, eu estava acompanhada de minha mãe .Eu achava que esse veículo era uma máquina com vários ônibus acoplados uns nos outros.E é o que parece. Viajamos até Belo Horizonte. Lá conheci minha prime Claudinha. Ela é uma menina inteligente e simpática.
No outro dia Claudinha me levou para conhecer a cidade de Pampúlia .
Quando estávamos passeando tranquilamente, passou uma carroça fazendo um barulho terrível como se fosse um trio elétrico desembestado.
_Truck, treck, truck, treck.
_É a carroça do Mamuelão ,que vende leite- disse Claudinha.
_Hum ainda existe isso ?-perguntei.
_Sim e todo mundo gosta do leite que ele vende.Ele tem umas vacas que são umas princesas.Só faltam falar.
_Só conheço leite de caixa _disse eu
Passei uma semana em Belo Horizonte e numa segunda-feira bem cedo ,partimos de volta à Vitória.Só que desta vez voltamos de ônibus.Era um busu verdão cheio de coisas engraçadas dentro dele.Foi uma viagem e tanto ,mas não dá para contar tudo hoje.
Quando me lembro daquela viagem fico feliz ,mas ao mesmo tempo triste ,pois o tempo passou ,Claudinha casou e eu continuo solteiro e sozinho